O Império Romano chegou a 50 milhões de habitantes, e para que esse povo pudesse alimentar-se e desenvolver, romanos possuíam uma política de expansão agrícola muito avançada. Foi assim, que se deu o inicio da globalização de consumo na história da humanidade.

A cidade de Roma, no período imperial, era uma metrópole com cerca de 1 milhão de habitantes. Somente após 2 mil anos esse número voltaria a se repetir (a economia romana era baseada na agricultura).

O trigo e outros grãos usados para a fabricação dos pães e mingaus não eram produzidos em Roma, vinham do Egito trazido por mar. Grande parte do azeite era trazido da Espanha ou do continente Africano, o vinho era Galês e o mel da Grécia.

Usavam em quase todos os alimentos um molho fermentado a base de sangue e vísceras de peixe salgado chamado “Garum”, produto largamente usado e considerado iguaria, semelhante aos molhos orientais consumidos até hoje, e que na época, era fabricado onde hoje fica Portugal, África e Oriente médio.

No século II A.C, Roma domina a Grécia e leva cozinheiros e padeiros gregos para trabalhar em Roma, onde o centro da alimentação romana antiga eram os pães, feitos com um tipo de trigo vindo do Egito.

As cinzas do vulcão Vesúvio preservaram, em riqueza de detalhes, o modo de vida no Império Romano: comidas, mantimentos, utensílios e pães carbonizados – inclusive – foram encontradas focaccias, queimadas em fornos, soterrados pelas cinzas da erupção do vulcão Vesúvio em 79 A.C em Pompéia e Herculano.

Arqueólogos escavam, atualmente, ruínas em Pompéia buscando em lojas, casas, e restaurantes, reconstruir os hábitos alimentares dessa civilização que foi uma das mais avançadas da antiguidade. As escavações concentram-se em uma área onde turistas não costumam frequentar e onde vivia a classe média no início de Pompéia, de IV a VI A.C.

A maioria do comércio desse local era de comidas e bebidas, descobriu-se que o consumo era na sua maioria de alimentos de baixo custo como, grãos, frutas secas e frescas, nozes, azeitonas, peixes da região e lentilhas.

A alimentação dos ricos era muito mais variada, mas, basicamente era baseada no consumo de vegetais tais como: cogumelos, feijões, leite e queijos de ovelha, galinhas, gansos, patos e outras aves de caça. Todas as classes sociais comiam peixes e frutos do mar.

Romanos comiam com as mãos, mas usavam facas, feitas de bronze ou chifres de animais para o corte das carnes e colheres para as sopas e os ovos.

A panificação era muito prestigiada e valorizada, como a arquitetura, escultura e outras artes. Muitos dos padeiros eram gregos escravizados e os pães tinham selos de padarias, como as grifes atuais.

Muitas especiarias encontradas eram utilizadas para a conservação dos alimentos e algumas delas encontradas em maior quantidade como canela, cravo da índia, pimenta do reino, cominho, anis, noz moscada, erva doce, orégano e sementes de papoula são algumas delas.

O vinagre já era usado como tempero e também utilizado como bebida, adicionado de água consumido pelos soldados.

O cozimento  era feito em panelas feitas de bronze ou cobre ficavam em suportes suspensos sobre as brasas.

Comia-se frango, pato, galinha d’angola, rãs, assados ou ensopados, como também peixes frescos e salgados, ouriços, ostras, azeitonas, cerejas abricós , melões, etc.

Na época, alimentavam gansos e porcos com figos para que ficassem com a carne macia e perfumada, frangos eram alimentados com anis e outras especiarias pelo mesmo motivo.

Essa técnica de criação de aves que, em três mil anos A.C foi descoberta no Egito, quando se observou que gansos selvagens imigravam para o Nilo e comiam em demasia para armazenar energia e suportar a escassez de alimentos no inverno, isso afetava seus fígados e que os tornava macios e saborosos  – uma técnica de produção  usada pelos romanos e que era acompanhada de figos (nome foie gras na França).

As refeições eram acompanhadas de vinhos, muitos deles importados da Espanha, pois cerveja era considerada bebida dos pobres. O azeite de oliva era usado na culinária, no uso medicinal e para tratamentos de beleza.

O primeiro livro de receitas encontrado foi o “De Re Coquivinaria”( A arte de Cozinhar) escrito por Marcus Gavius  Apicius. As receitas são datadas de V A.C.,e algumas dessas receitas ainda são executadas.

Banquetes eram praticados para demonstração de riqueza, grandeza ou respeito, onde os romanos poderosos e ricos podiam reforçar a hierarquia social e seu poder na sociedade.

Com o passar do tempo e os romanos foram enriquecendo, os cozinheiros desses banquetes tornaram-se personagens muito prestigiados e disputados, considerados artistas e com altos salários. Roma dedicava-se, também, a extração e comercialização de sal que transformou em moeda de pagamento e que deu origem da palavra salário.

Os banquetes romanos foram transformando-se  em orgias gastronômicas, que de tão demoradas, os convidados faziam intervalos para banhos e massagens e era usado o vomitório para dar continuidade ao banquete. Muito diferente do que aparecem nos filmes, o exagero existia, mas não era comum em todas as casas.

Roma dedicava-se também a extração e comercialização de sal que transformou em moeda de pagamento e que deu origem da palavra salário.