Ao lado do milho, o amendoim é um dos alimentos mais festejados nas Festas Juninas. Torrado e salgado, é um petisco clássico de rua, assim como a paçoquinha doce e o pé-de-moleque.

Mas nem só de preparos simples é feito esse ingrediente. Seu sabor neutro o torna ideal tanto para receitas salgadas e pratos quentes quanto para as sobremesas. Também tem a vantagem de ser barato em comparação a outras oleaginosas, como nozes, castanha de caju e amêndoas.

No mercado brasileiro, é possível encontrar o amendoim ainda casca, para comer como aperitivo ainda cru. O mais comum, porém, são as versões industrializadas – descascadas, torradas e salgadas ou com temperos e coberturas especiais, como o amendoim caramelado.

Dos bolinhos à farofa

A cozinha baiana é rica em pratos típicos elaborados com amendoim. O caruru leva esse ingrediente, além de quiabo, camarões secos, castanhas de caju. O vatapá, integrante fundamental do acarajé, também usa amendoim, combinado com leite de coco, coentro, azeite de dendê e camarão seco, entre outros temperos.

De norte a sul do país, o amendoim é bastante usado em bolinhos e farofas. Combina com sabores adocicados, como o das frutas, além dos fortes e picantes, caso das pimentas frescas. Se comprá-lo cru, vale torrar por alguns minutos em assadeira aberta, no forno mais baixo possível, para que solte sua película vermelha com facilidade. Dessa forma, também fica mais crocante e com o sabor mais acentuado.

Sobremesas

Na hora da sobremesa, a versatilidade desse produto é marcante. A paçoca doce, feita com amendoim moído, açúcar e uma pitada de sal, é uma receita emblemática de Festa Junina que virou guloseima do ano todo. Outro clássico junino é o pé-de-moleque, nossa versão do praliné francês, com amendoim torrado misturado a açúcar quente, formando barrinhas ultracrocantes depois de frias.

O amendoim empresta ainda seu sabor e untuosidade a bolos, sorvetes, pavês e batidas. Deixado de molho, batido no liquidificador com água e coado, transforma-se num saboroso leite vegetal, naturalmente livre de lactose. Com os grãos assados ou tostados, obtém-se uma farinha grossa que pode ser empregada como substituta da farinha de oleaginosas, como a de amêndoas e a de castanha de caju.

Óleo e manteiga

Nos Estados Unidos, o amendoim é largamente utilizado para preparar dois ingredientes: óleo e manteiga. É costume por lá utilizar o óleo para frituras de imersão, pois é bastante neutro e não deixa odores residuais nos alimentos. Já a manteiga é consumida de diversas formas: no pão de forma com geleia, como recheio de bombons e chocolates, cobertura e recheio de bolo, entre outros.

A manteiga de amendoim pode ser um bom substituto para os que não consomem produtos de origem animal, já que é rica em proteínas e gorduras benéficas à saúde. É possível reproduzir essa receita em casa, usando-se apenas amendoim torrado, sem sal e sem casca, batido no processador com um pouco de óleo vegetal, uma pitada de sal e um pouco de açúcar ou rapadura, se quiser um sabor levemente adocicado. Os ingredientes devem ser processados em fases, para não sobrecarregar o aparelho, até virar uma pasta. Essa manteiga, pura, pode ser consumida diretamente no pão ou usada como ingrediente para outras receitas.

Sabores asiáticos

Os asiáticos são grandes apreciadores do amendoim, usando-o com maestria em pratos salgados. O frango xadrez, adaptado da cultura chinesa leva pedaços de frango, pimentão, cebola e legumes cozidos em molho escuro e finalizados com amendoim torrado. No Vietnã, um molho bastante popular para consumir com espetinhos é feito com amendoim, gengibre, pimenta e leite de coco. É usado ainda para trazer sabor e crocância a saladas, especialmente as folhas firmes e de personalidade, como repolho e acelga. Combina muito bem com aves e carne de porco, particularmente as preparadas com molhos agridoces.

Fonte: Comidas e Bebidas Uol