Pode parecer apenas um pão fofinho recheado de creme de confeiteiro, mas o sonho é presença garantida em quase todas as padarias da cidade de São Paulo. E, quando a questão é sabor e qualidade, um dos lugares mais recomendados para se provar a delícia é a doceria Dulca, que já possui mais de 60 anos de história. Agora, a nova geração da família fundadora investe em um negócio especial para o docinho. Roberta Ferraro, 28 anos, bisneta dos fundadores da Dulca, decidiu aproveitar sua formação em Gastronomia para desenvolver novos sabores do tradicional sonho servido pela doceria. Junto com sua irmã, Isabella, 23, que possui formação na mesma área, começou o serviço que oferecia esses docinhos em miniatura para casamentos, como um substituto para o bem-casado. Esse foi apenas o primeiro passo da trajetória para a criação da Sonheria.

Já com o objetivo de ampliar o negócio e oferecer os sonhos para outros tipos de público, o outro irmão da família, Salvatore, 29, e os amigos, Norberto Costa e Guilherme De Biagi, entraram no projeto. “Eu e o Norberto sempre fomos amigos próximos da quarta geração da família e sempre acompanhamos o trabalho da Dulca de perto. Quando os irmãos quiseram expandir o negócio das novas versões de sonho, nós dois, que somos formados em economia, decidimos aceitar o desafio de ajudá-los como sócios”, explica De Biagi, 28, um dos responsáveis pela parte administrativa da Sonheria.

Com um investimento de cerca de R$ 10 mil em uma food bike, o primeiro lugar em que a nova marca estacionou para expandir o seu público foi na frente da Le Lis Blanc da Vila Nova Conceição na véspera do Natal de 2014. “Todos comiam e elogiavam e o movimento da loja também aumentou. O planejado era que ficássemos por lá apenas aquele dia, mas eles pediram que a gente ficasse mais dois”, conta De Biagi.

Com a grande aceitação do público, a Sonheria se firmou como serviço itinerário e começou a marcar presença em eventos e feiras gastronômicas. Para conseguir cobrir mais lugares em um mesmo dia, os sócios decidiram investir em mais bicicletas e agora já têm cinco circulando pela cidade. No entanto, por maior que fosse o sucesso, a necessidade  de uma localização fixa aumentava cada vez mais.

“Sempre foi um sonho nosso abrir uma loja fixa, já que nela a gente pode servir outros tipos de produtos e atender o cliente da forma que gostaríamos, mas os custos são muito altos e, no início, não sabíamos qual seria a aceitação do público”, justifica De Biagi. Com uma repercussão positiva da marca e até pedidos de clientes através das redes sociais, a primeira loja foi aberta em setembro de 2015 na Bela Cintra, no centro de São Paulo.

De Biagi também afirma que o objetivo sempre foi manter o nome da Sonheria vinculado ao da Dulca, que é sinônimo de boa confeitaria e conhecida por seus sonhos. “Buscamos resgatar aquele hábito do brasileiro de comer sonho”, diz. Para isso, a marca está sempre buscando renovação para atingir os mais jovens – como os próprios sócios, todos com menos de 30 anos. A Sonheria investe em uma forte presença nas redes sociais e um design mais descolado do que o da Dulca.

A fórmula parece estar dando certo, já que a empresa faturou cerca de R$ 1 milhão em apenas um ano e, apesar da crise, De Biagi está esperançoso com 2016. “A gente começou o ano passado com uma bike e terminamos com cinco delas e três lojas. Esperamos, com isso que já temos, ter um faturamento de R$ 2 milhões esse ano, além de lançar até duas lojas novas no segundo semestre.”

Para quem quer começar um negócio na área, De Biagi alerta que é necessário ficar atento com a qualidade dos produtos oferecidos para se diferenciar. “É preciso também tomar cuidado com os custos, ter um bom plano de negócios e buscar ser original, além de sempre oferecer um bom atendimento”, finaliza.

Fonte: PEGN