Já falamos anteriormente sobre a importância de saber ler o rótulo dos alimentos e tem até aplicativos feitos especialmente para ajudar nessa tarefa. Mas nem todo mundo consegue acompanhar essa discussão e muita gente sequer tem acesso a esse tipo de informação. Agora, uma campanha do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) propõe uma rotulagem simples e fácil de ser entendida por qualquer pessoa.

O órgão enviou uma proposta à Anvisa de uma rotulagem que fosse mais compreensível para o consumidor, permitindo que este faça uma escolha mais saudável e consciente na hora da compra. A proposta foi elaborada em parceria com pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e sugere que sejam incluídos selos de advertência na embalagem de produtos processados indicando quando houver excesso de açúcar, sódio, gorduras totais e saturadas. Os selos também deverão avisar quando o alimento contiver adoçantes ou gorduras trans em qualquer quantidade.

A regra não deverá valer para produtos minimamente processados ou ingredientes culinários. Além disso, os rótulos de alimentos processados e ultraprocessados não poderão ter nada que sugira que eles são saudáveis e nenhum tipo de apelo infantil – como ilustrações de personagens de desenhos, por exemplo.

As informações sobre estas substâncias prejudiciais deverão constar na parte frontal das embalagens, em um triângulo preto sobre um fundo branco. O símbolo foi escolhido após pesquisas comparando a eficácia da rotulagem de outros países que adotaram sinalizações similares e com base na indicação de alimentos transgênicos já existente no Brasil.

Para o IDEC, uma boa maneira de identificar estas substâncias em excesso seria usando o modelo de perfil de nutrientes da Organização Panamericana da Saúde como guia. O documento foi elaborado com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Contudo, estas não são as únicas mudanças sugeridas para a rotulagem. De acordo com a jornalista Francine Lima, do site Do Campo À Mesa, que participou do debate sobre as alterações, as embalagens também deverão ganhar uma nova tabela nutricional, impressa em preto, com fundo branco e marcações em amarelo para destacar pontos importantes. Como padrão, as empresas não terão mais liberdade para inventar porções: as medidas deverão se basear em uma porção de 100g ou no conteúdo total do pacote.

Fonte: Hypeness