Em alguns dias, a pressão no trabalho pode parecer mais alta que o normal e, se você estiver preso atrás de sua mesa, a válvula de escape pode ser desde respiração profunda até comida. E de fato há alimentos antiestresse que ajudam a descarregar, em parte, a adrenalina. E o corpo sabe disso.
A explicação é bioquímica. Como o estresse é um mecanismo de sobrevivência, quando atinge um pico, nosso corpo envia sinais para abastecê-lo; uma medida de autoproteção para que tenhamos energia imediata para fugir ou lutar, caso a situação exija.
Por isso, em momentos assim, a tendência é aparecer a vontade de comer doces, pois o açúcar funciona como fonte de combustível instantâneo.
A administradora de empresas Beatriz Cunha tanto sabe disso que mantém na gaveta de sua mesa de trabalho algumas barras de chocolate e bombons. “É inevitável comer nem que seja um pedacinho no fim da tarde em dias mais agitados”, conta ela que assumiu há pouco tempo o cargo de diretora de um hotel.
Para a nutricionista Elizandra Ribeiro, não há problemas em buscar o conforto no doce, desde que haja um controle. “Em dias marcados por situações estressantes ou que despertem a ansiedade, tudo bem comer dois ou três quadradinhos de chocolate. O importante é equilibrar estes alimentos dentro de dieta saudável”, afirma.
A especialista em nutrição Charlotte Watts, co-autora do livro Good Mood Food (Comida de bom-humor – em tradução livre) aposta no poder confortante da comida e acredita que ter os alimentos certos sempre à mão é um bom caminho para lidar com o estresse.
Em seu livro, Watts catalogou os alimentos mais indicados para esses momentos. Entre os aliados do humor citados por ela, estão o chocolate e pasta de amendoim, que ajudam a manter a energia, reduzir os níveis de estresse e aumentar o humor durante todo o dia. Só vale reforçar que, como todo alimento, não é recomendável exagerar na quantidade.
Confira a lista de alimentos antiestresse para comer na mesa de trabalho:
→ Chocolate amargo
Um estudo mostrou que comer chocolate amargo diariamente ajuda as pessoas a lidar com o estresse, mas há uma quantidade certa: 40 gramas. Os cientistas coletaram urina e sangue dos participantes antes e depois do início do estudo para avaliar o nível de cortisol (hormônio do estresse).
Durante duas semanas, as pessoas comeram 40g de chocolate amargo. Ao final do experimento, foi possível observar os efeitos positivos, com a normalização dos sinais sistêmicos de estresse.
→ Nibs de cacau
O cacau é um chocolate cru que satisfaz o desejo, mas não contém cafeína demais para aqueles que são sensíveis às propriedades estimulantes do chocolate amargo. É extremamente rico em antioxidantes de suporte imunológico, cruciais para quem está sob estresse, pois o cortisol (hormônio do estresse) pode suprimir nossas defesas imunológicas.
→ Chips de coco ou coco em pedaços
Esse é um lanchinho muito simples que pode realmente ajudar com impulsos de comer doces. O coco contém uma gordura boa chamada TCM, responsável por diminuir a ansiedade e combater o estresse.
→ Gojiberry
A gojiberry é uma fruta de origem chinesa mais fácil de ser encontrada desidrata em casas de produtos naturais. Assim como o cacau, a gojiberry também é rica em antioxidantes de suporte imunológico e, por conter vitamina B6, aumenta a produção de serotonina, o hormônio do bom humor. É recomendado o consumo de 15 a 45 g por dia.
→ Biscoito de centeio
O centeio é rico em triptofano, um aminoácido que pode ser fabricado no organismo ou obtido a partir da dieta, e que tem como principal função a produção de serotonina, um neurotransmissor que está associado à sensação de bem estar e alívio do estresse.
→ Aipo
Também chamado de salsão, o aipo é um vegetal composto por muitos nutrientes como potássio, fibras, proteínas, e vitaminas. Graças às suas propriedades relaxantes, consumi-lo ajuda a acalmar o sistema nervoso. Além disso, só o fato de mastigá-lo já libera a tensão comumente mantida na mandíbula.
→ Pasta de amendoim
O amendoim é rico em triptofano, um aminoácido essencial na regulação do humor e na prevenção do estresse e nervosismo. Além disso, ele ajuda na produção da serotonina, que contém propriedades antidepressivas.
Fonte: Catraca Livre