O pão é o alimento mais simbólico existente em toda a história da alimentação, ele esta e sempre esteve presente em todas as culturas e povos do planeta.

Quando se fala em alimento o sinônimo é o “pão”. Ele ainda é simbólico e sagrado na maioria das religiões.

“o pão nosso de cada dia nos dai hoje”

Se nos dias atuais a carne, ave ou o peixe é quase obrigatório na maioria das mesas em quase  os povos, na antiguidade as carnes eram consumidas, apenas em ocasiões especiais, quase sempre em comemorações festivas ou religiosas, o pão era o alimento principal de todo o dia.

Por causa do pão, populações nômades fixaram-se a terra, foi através dele que o homem começou a se organizar socialmente desenvolveu o arado, atrelou os animais ,semeou, colheu e armazenou e tudo isso para transformar os grãos em farinha para confeccionar o pão.

Cada região do mundo tem seu próprio pão tradicional e através dele podemos identificar o povo que o consome.

De todos os cereais que serviam para a panificação, o trigo foi o que mais se expandiu pela qualidade do pão que produz.

Antes do trigo o cereal dominante, na idade média na Europa era o centeio, por ter maior facilidade de cultivo e resistência a solos mais pobres e a climas frios, mas com o desenvolvimento de técnicas de plantio e colheita, a preferência pelo centeio recuou.

Os Gregos diferenciavam e conheciam os povos, através dos cereais que estes utilizavam para a fabricação do pão.

Foi na Grécia que a panificação progrediu e ganhou função artística e nutricional, ao pão era acrescido, especiarias, mel, azeite, ervas e sementes tais como: orégano, funcho, alecrim, anis, louro, frutas , pimentas entre outros.

Foi na Grécia antiga que as técnicas de panificação foram aperfeiçoadas  e  quando os romanos dominaram os gregos, os padeiros foram escravizados e levados para a península Itálica.

Foi então que os romanos conheceram o pão levedado de trigo, e esses  pães fermentados que  já eram conhecidos desde o Egito antigo e que são muito  parecidos com o que consumimos  atualmente.

Roma criou os primeiros fornos públicos e as primeiras padarias e  importava os melhores grãos de trigo da África que eram transportadas de navio.

Naquela época faziam fermentação natural do trigo misturado com um vinho doce. Produziam muitos tipos de pães e focaccias que eram consumidas embebidas em  vinho ou azeite .

O pão no Império Romano também foi utilizado como instrumento político, onde romanos proporcionavam diversão e distribuíam pão gratuitamente para o povo, em um termo que é usado até hoje como “PANEN ET CIRCENSES”, PÃO E CIRCO.

Quando os portugueses aqui chegaram no período colonial  , trouxeram o trigo e com ele a cultura do pão branco que perdura até os dias atuais.A farinha de mandioca transformada em pão era considerada pão de pobres e  dos índios.

Em todo o Brasil dependendo da região e dos imigrantes que aqui se fixaram vieram com eles suas culturas e receitas de pães e broas, que aqui foram adaptadas segundo os ingredientes locais .

O pão sempre foi diferenciado de ricos e de pobres, no principio da historia até a pouco tempo atrás o pão dos mais abastados era feito de farinha de trigo refinado branco e o pão dos pobres era feito de farinha integral rústica adicionado de grãos considerados de menor qualidade, ( centeio , cevada, milho, aveia,mandioca).

Pães de farinha branca de trigo ainda fazem parte na maioria das mesas dos brasileiros, no entanto  cada vez mais são  incorporadas em nossa cultura os  pães feitos com milho, mandioca , pães escuros feitos com farinhas integrais e não mais considerados alimento de pobres , e as  pessoas com  maior conhecimento de nutrição  estão mudam os seus hábitos para pães mais saudáveis e funcionais.

Apesar de todo o movimento de hostilização do trigo e de outros grãos que contém glúten, o trigo é parte integrante da alimentação de boa parte do mundo, e  hoje podemos optar por consumi-lo ou não – e sempre com equilíbrio.

Espero que tenham gostado e até a próxima!