O chef britânico Jamie Oliver é conhecido no mundo inteiro não apenas por suas receitas e restaurantes badalados, como também por sua campanha para melhorar a qualidade das refeições oferecidas em escolas.

Na matéria a seguir, a BBC apresenta cinco chefes famosos que fazem a cabeça – e os pratos – de milhões de pessoas em cinco países do mundo.

Gaston Acurio
1O astro peruano Gaston Acurio apresenta um programa de culinária na TV e é dono de 32 restaurantes em diferentes cidades da América do Sul e Estados Unidos. Ele fundou uma escola de culinária em uma favela do Peru e já criou pratos para o presidente peruano.

Na versão em espanhol do filme “Ratatouille”, da Disney, Acurio faz a voz do personagem Anton Ego, um temido crítico de gastronomia parisiense. O peruano oferece um exemplo clássico da ampla influência que um chef pode exercer sobre a comunidade.

Sua escola de culinária em Pachacutec, uma imensa favela a uma hora de distância do centro de Lima, oferece treinamento a crianças carentes para que se tornem chefs e rompam o círculo vicioso da pobreza. Muitos fazem estágios nos restaurantes de Acurio para ganhar experiência profissional.

Outra paixão de Acurio é a tradição culinária do Peru. Entre seus favoritos estão a anchova peruana, o prato ceviche, à base de peixe cru, e as 8 mil variedades diferentes de batatas que crescem nos Andes. Ele diz que gostaria de melhorar as vidas dos plantadores de batatas e de produtores de outros alimentos peruanos e apresentar suas delícias ao mundo. “Minha culinária é muito ligada ao espírito peruano da esperança, dos sonhos e da integração”, diz. “Cozinhar é essencialmente memória. Você tenta guardar aquelas memórias, o momento da avó, o momento da mãe, os momentos da primeira namorada. Esses momentos têm sabor”.

Ceviche: cure o peixe cru no ácido de limões peruanos, acrescente cebola picada e chilli (pimenta) vermelho. Sirva com milho e batata doce.
Ghalia Mahmoud

2Ghalia Mahmoud tem programa de uma hora e meia em horário nobre

Ela trabalhava como empregada doméstica para um família de classe alta no Cairo quando virou uma estrela nacional de TV no Egito. Descoberta pelo irmão do seu patrão -fundador de uma estação de TV pós-primavera árabe- Mahmoud passou a apresentar um programa ao vivo, com uma hora e meia de duração, em horário nobre.

O programa foi criado para dar uma atmosfera mais leve ao canal, dedicado principalmente a notícias e atualidades, após a revolução que derrubou o antigo líder Hosni Mubarak.

Chamada respeitosamente de Set, termo usado para descrever mulheres fortes da classe trabalhadora que são queridas em suas comunidades por sua capacidade de criar um lar harmonioso, ela é a antítese dos chefs de televisão que a antecederam no país.
Sofisticados, versados em várias línguas, eles se especializavam em cozinhar receitas complexas para a elite egípcia, com ingredientes caros e difíceis de encontrar.

A comida de Mahmoud, em contraste, é saborosa e barata. Ela cozinha em panelas velhas de lata e mistura seus ingredientes em vasilhas de plástico, de onde saem pratos tradicionais como mahshi (charutos de uva recheados) e cozidos de feijão fava.

Seu orçamento consiste em US$ 2.50 por dia e o programa acompanha a chef em suas compras nos mercados locais, pechinchando para abaixar o preço – talento adquirido nos tempos em que trabalhava como doméstica e lutava para alimentar a família em um dos subúrbios mais pobres do Cairo.

Tina Nordstrom3Sopa de pepino e rolinhos de peixe com beterraba são a marca registrada da chef sueca Tina Nordstrom. Os pratos que prepara têm uma aparência tão saudável quanto a da cozinheira, que aparece velejando e mergulhando em seu programa, filmado, com frequência, em belíssimas locações.

Sua série para a TV, “Mat med Tina Nordstrom” (Comida com Tina Nordstrom), produzida em 2001, foi vista por 17% da população sueca.
Nordstrom escreveu cinco livros de receitas que venderam, ao todo, quase um milhão de cópias.
Donna Hay
4A chef australiana tem sua própria revista, programa de TV e vários livros de culinária. Na loja Donna Hay, a elite de Sydney compra porcelana, conjuntos de louça para festas infantis e utensílios de cozinha.

Hay iniciou sua carreira como jornalista gastronômica e editora na revista “Marie Claire”. Hoje, Donna Hay é considerada a ‘deusa do lar’ australiana. Seu programa de TV, chamado “Fast, Fresh and Simple”, (rápido, fresco e simples) chegou por último: foi lançado no ano passado, quando Hay já era famosa no país inteiro.

“O público confia nas pessoas que conhece, ou pensa que conhece, por isso chefs de TV são capazes de criar essas marcas gigantes”, disse John Reynolds, do site de marketing, relações públicas e propaganda Brand Republic. “Existe uma desconfiança em relação às grandes corporações que produzem coisas para os nossos lares e para uso diário”, disse Reynolds. “Então quando aparece alguma coisa que parece pessoal, que tem o nome de uma pessoa conhecida, sempre funciona”.

Com aparições na “Vogue” australiana e uma lista de vários alimentos -como misturas para massas e biscoitos- que levam o seu nome, Hay é tida como uma “deusa do lar” na Austrália.

Sanjeev Kapoor
O chef indiano sabe como garantir seu espaço no horário nobre: ele tem seu próprio canal de culinária em hindi, o idioma mais falado na Índia.  Seu programa “Khana Khazana” -um entre 40 programas gastronômicos apresentados pelo canal- vem sendo transmitido há 18 anos e é o programa de culinária há mais tempo no ar em toda a Ásia.

O sucesso de Kapoor lhe valeu contratos de consultoria para o governo indiano e empregos com empresas aéreas internacionais.
Como Hay, Kapoor vende uma série de produtos, de picles a misturas de temperos. Ele também dá seu aval a marcas -um selo de garantia muito em demanda por parte de fabricantes de utensílios e ingredientes.

Na edição de março de 2010 da revista “Reader’s Digest”, Sanjeev apareceu na posição 31 em uma lista com as cem pessoas que mais inspiram confiança na Índia.

Veja receitas abaixo:

Sopa de beterraba com rábano (raiz-forte), de Tina Nordstrom
Faça um purê com beterraba e caldo de legumes (ou água) no liquidificador. Coloque em uma panela e aqueça. Tempere a gosto com sal e sirva em pratos fundos com lascas de rábano misturado com creme de leite azedo.

Foogath de Abóbora (o termo foogath é usado para designar qualquer legume que é preparado com coco e folhas de curry), de Sanjeev Kapoor

Aqueça uma colher de sopa de óleo. Acrescente um quarto de colher de sopa de sementes de mostarda e entre 10 a 15 folhas de curry.

Quando as sementes de mostarda começarem a estalar, acrescente cebola picada e chilli. Mexa em fogo alto durante um minuto. Acrescente 700 gramas de abóbora em cubinhos e uma pitada de sal.

Cubra e cozinhe em fogo brando durante entre cinco e sete minutos, ou até que a abóbora esteja cozida. Acrescente uma colher de sopa de coco ralado e suco de limão.

Fonte: Comidas e Bebidas Uol