O peso do fenômeno vê-se no número de interessados em participar do programa: 25 mil candidatos, contra os cinco mil da primeira edição. Destes, setenta e cinco foram testados diretamente pelos jurados, Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella, que selecionaram apenas 21 para disputarem a permanência em 25 episódios e os prêmios: R$ 150 mil, uma bolsa de estudos na escola de gastronomia Le Cordon Bleu, em Paris, e o troféu.

“É uma evolução natural. Claro que as pessoas têm técnica culinária, senão elas não passavam. Elas assistiram às edições anteriores e assim como o programa foi maturando, os jurados e os candidatos também. Os jurados estão mais criteriosos e os candidatos têm que ter talento e estratégia, porque é uma maratona e não uma corrida de cem metros”, aposta a apresentadora do programa Ana Paula Padrão.

Fique de olho

A nova temporada é maior em todos os sentidos. Tanto assim que um dos desafios implicará em servir 200 pessoas famintas e uniformizadas – depois de encarar o Exército e a Força Aérea nas temporadas anteriores, agora o desafio é alimentar um grupo do Corpo de Bombeiros. “O máximo que havíamos servido até então foram cem porções. Não só pela quantidade como pela qualidade de comida, nunca houve um desafio assim”, acredita Diaz.

Entre as inovações, vale adiantar, terá prova em quadra de escola de samba e em restaurante famoso. Curto e grosso, Henrique Fogaça dispara: “Desta vez, a gente quer comer melhor e ver pratos mais bonitos. Vamos cobrar isso”. Para Paola Carosella, os participantes estão “menos gourmetizados, com exceção dos hambúrgueres, que ainda passam pelo raio gourmetizador”.

“O sucesso está feito, mas o mais importante é que é um programa muito cultural, ele mudou um pouquinho o Brasil na forma de se alimentar e de cozinhar e tem mais a ser feito”, acredita Erick Jacquin.

Por trás das cortinas

Nos últimos meses, os jurados perderam a conta de quantas vezes ouviram comparações entre o “MasterChef Junior” e o de adultos. Jacquin tem até uma tese: “Não existe comida de criança. A criança aceita as dicas, como na escola, respeita o professor e aplica o que aprendeu. Ela gosta de árvore de Natal, de desenhar. Você já viu um adulto fazer um desenho e dar de presente? As crianças dão e por isso capricham no visual, mas o sabor estava muito melhor no prato dos adultos”.

Se ele tem preferência por trabalhar com cozinheiros mirins ou os crescidinhos? “O adulto eu posso xingar, as crianças eu posso beijar. Então são dois relacionamentos muito diferentes. Os dois são bons”, conclui.

“Sou jurado da comida, não das pessoas. Fora do ar a gente nem se cruza, porque não dá para ter intimidades, mas quando chega no final, a gente já passou um tempo grande juntos e a emoção é muito forte”, afirma Jacquin, antes de contar com lágrimas nos olhos que o ex-participante e funcionário de seu restaurante Tartar & Co., Estefano Zaquini,entrou em uma faculdade de gastronomia.

Fonte: Uol