Pastel de Belém, toucinho do céu, broa de milho, pães. Os amantes da padaria e doçaria portuguesa não dispensam as guloseimas tradicionais do país. Foi nessa paixão pela tradição que o empresário Leonardo Romanelli, 29 anos, e o chef português Paulo Cordeiro, 36,  apostaram para montar a Doce Fado.

Quando mais jovem, trabalhei na confeitaria do meu pai em Alcobaça e aprendi todas as receitas tradicionais. Foi no mosteiro de lá que muitos desses doces foram criados”, conta Cordeiro.

Com a crise econômica em Portugal, o chef decidiu vir para o Brasil em 2012. Depois de trabalhar por um tempo em uma padaria de Curitiba, durante uma visita à empresa de catering curitibana V.Romanelli, Cordeiro foi apresentado a Romanelli. Os dois decidiram, então, se associar e montar a Doce Fado.

Com um investimento inicial de pouco menos de R$ 100 mil reais, a primeira loja da marca foi aberta em 2014 no Mercado Municipal de Curitiba. “O mercado é um ponto turístico da cidade e foi uma boa localização para começarmos a Doce Fado”, diz Romanelli. Com o sucesso da primeira unidade, a marca ganhou mais duas localizações em Curitiba: Mercadoteca e Pátio Batel.

De acordo com os sócios, a matéria-prima dos doces produzidos foi adequada para aquilo que é encontrado nos mercados brasileiros. No entanto, Cordeiro buscou manter as guloseimas o mais fiéis possíveis e importa diversos ingredientes para que seus clientes “se sentissem em Portugal”. Com uma linha de mais de 30 produtos, os que se destacam são o pastel de Belém (R$ 5), o de Santa Clara (R$ 7) e o toucinho do céu (R$ 5).

O chef Paulo Cordeiro (Foto: Divulgação)

 

A receita parece ter dado certo e, em 2015, Cordeiro e Romanelli estimam que o faturamento – que ainda não foi consolidado – chegue a R$ 500 mil. Já para 2016, o chef português prefere não dar nenhuma previsão de crescimento, já que almeja abrir novas unidades e até franquias. “Não fazemos ideia de quanto será o faturamento, pois ao avançar com as franquias, o faturamento será muito diferente do que poderemos imaginar.”

Apesar de terem criado a Doce Fado juntos, os sócios passaram por diferentes dificuldades na hora de empreender. “Diferente do Paulo, eu não tinha nenhum conhecimento dos doces e não fazia ideia que a aceitação seria tão boa. O meu grande desafio foi fazer as pessoas que experimentarem nossos produtos. Assim como eu, muita gente não conhecia os doces portugueses”, afirmou o empresário.

Cordeiro, por outro lado, aponta que seu maior desafio foi se adaptar ao país e ao fato de que tudo no Brasil parece ser mais complicado de se resolver. “Quem quer abrir um negócio deve lutar e correr atrás desse sonho, porque a solução pode ser encontrada no momento em que menos se espera, ao virar a esquina”, finaliza.

Fonte: PEGN