A cinco minutos a pé de uma estação de metrô de Bruxelas fica a cervejaria Cantillon. Com toda a certeza, ela entrará na lista das cervejarias mais diferentes – para não falar estranhas – que você já visitou ou vai visitar. E vale o programa. Trata-se de um patrimônio histórico produzindo cerveja do jeito mais antigo possível: de maneira espontânea e com leveduras selvagens.

Nas cervejas chamadas Lambics, uma STG – Spécialité Traditionnelle Garantie (Especialidade Tradicional Garantida) –, não se coloca fermento. Os microrganismos presentes no ar ficam na bebida, que depois é colocada em barris de madeira centenários para a longa fermentação.

O resultado é uma cerveja bastante ácida, seca e com notas bem atípicas para o senso comum de cerveja. Não tem muito como explicar, só entende quem prova. Já vá com isso em mente e não fale: vim até aqui para beber isso?! Ela assusta, você pode não gostar no primeiro gole, mas lembre-se do valor histórico e do contexto em que estará provando.

Entre os barris, caixas de madeira, engarrafadoras antiquíssimas, paredes repletas de garrafas em evolução e um aroma muitíssimo característico, teias de aranha por todo o lado… Sujeira? Não. De jeito nenhum. Aranha come as moscas que são atraídas pela fermentação e pelas frutas. Um ecossistema todo em equilíbrio.

Caso visite durante o período de produção – outono e inverno –, pode dar a sorte de pegar um dia de brassagem aberta, que é um grande encontro em que visitantes de vários lugares do mundo chegam para acompanhar os processos.

Serviço

Cantillon

56 rue Gheude, Bruxelas

Fonte: Paladar