Poucos lugares conjugam a total informalidade e despojamento e, ao mesmo tempo, um espírito luxuoso e elegante quanto a praia. Ponto de encontro de todas as classes, origens, cores e credos em cidades como, por exemplo, o Rio de Janeiro, a praia é o popular e o pomposo reunidos sem fronteiras em uma mesma faixa de areia. Foi essa reunião que moveu o empreendedor Ruan Nemeczyk a desenvolver o produto que mudaria sua vida: o champlé, um sacolé de espumante.

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Vindo do morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, Ruan conhecia bem os sacolés tradicionais, feitos de suco de frutas, sempre vendidos em uma ou outra casa. O Champlé de Ruan também traz o sabor da fruta, mas tendo no toque refinado (e alcoólico) do espumante sua grande arma secreta. O Champlé, portanto, nada mais é do que um blend de frutas com espumante – a tacinha de plástico fica de presente para o consumidor.

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Tudo começou, porém, do desejo de fazer uma viagem com sua noiva à Grécia, e da certeza de que, com o salário que recebia como contador antes de criar o Champlé, essa viagem jamais seria possível. Ele então teve a ideia, e resolveu testá-la.

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Para colocar a receita que havia desenvolvido para seu sacolé de espumante à prova, Ruan levou 70 unidades para serem vendidas em um bloco pré-carnaval no Rio, em 2015 – e assim começou sua lenda pessoal: segundo Ruan, bastou levantar a placa anunciando o Champlé para que as 70 unidades fossem vendidas em menos de 40 minutos.

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O produto então ainda se chamava Chandonlé, mas diante do sucesso de Ruan – que escreveu à empresa avisando de seu produto assim que o desenvolveu – a fabricante de espumantes francesa não ficou exatamente satisfeita com o uso de seu nome, e depois de diversas reuniões com a diretoria da Chandon, a parceria acabou não acontecendo, e Ruan teve de mudar o nome de seu produto. Melhor assim: nascia o Champlé.

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Desse primeiro bloco, Ruan correu pra casa, pra começar a preparar uma nova leva para o dia seguinte – e não parou mais. O objetivo foi encontrar uma boa receita, que tirasse o preconceito sobre o sacolé, e misturasse de forma saborosa e interessante, o refinamento da bebida de luxo e o sabor e a diversão despojada do produto popular. O sucesso foi imediato, e do carnaval Ruan migrou para as areias da praia, onde o êxito de seu Champlé só se confirmou. Somou a venda de sacolés de espumante nas areias cariocas ao seu trabalho como contador, nos finais de semana inicialmente, principalmente na Praia do Leblon

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Depois de um ano e meio de sucesso nas praias cariocas, a possibilidade de crescer ainda mais parecia chamar Ruan, e ele decidiu que era hora de mais uma vez sair de sua zona de conforto. Se os limites da areia já não eram suficientes para o empreendedor, ele então entendeu que era hora de abrir sua própria loja física e abandonar a contabilidade. Foi aí que surgiu a Baby Beach, sua champanheria, em julho do ano passado. A loja foi aberta na Cadeg, o mercado municipal do Rio de Janeiro, localizada no bairro de Benfica, tornando-se a primeira champanheria da Zona Norte.

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Hoje, a presença de Ruan com seu isopor de Champlé nos ombros, nas areias do Rio, é mais rara e sazonal, saindo da loja com mais frequência para oferecer seu produto em eventos e casamentos do que diretamente para bater pé na praia.

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E o sucesso da champanheria na Cadeg levou, um ano depois de sua abertura, ao surgimento da primeira franquia da Baby Beach, num lugar bastante apropriado: em Búzios, famoso município repleto de praias na região dos lagos do estado do Rio.

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Foi essa incrível história de empreendedorismo, boas ideias e determinação que Ruan levou ao Shark Tank Brasil – Negociando com Tubarões. Seduzir os investidores do programa a entrarem de sócios no seu desejo de expandir tanto o Champlé quanto a Baby Beach com seu blend de espumante e frutas foi parte da sua tática. Pra saber mais sobre essas e outras ideias de negócios geniais, só mesmo toda quinta-feira, a partir das  20h, no Canal Sony.

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E a viagem pra Grécia? Bem, segundo Ruan, justamente o sucesso de seu produto por enquanto impediu que a viagem acontecesse. Mas ele garante que, passados alguns anos sem nenhum final de semana livre desde que criou seu Champlé, sua noiva será devidamente recompensada em breve, com a viagem de seus sonhos – regada a muito espumante.

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Fonte: Hypeness