Continuar comendo as delícias das férias depois de voltar delas é um prazer para muitas pessoas, que consideram qualquer tipo de comida os melhores souvenires possíveis para trazer de uma viagem.

Tudo ficou mais fácil ainda depois que as regras para entrada de produtos de origem animal mudaram no Brasil, em maio de 2016. Itens como salames e doce de leite podem ser trazidos pelos turistas brasileiros, desde que em quantidade inferior a cinco quilos e devidamente acondicionados em sua embalagem original.

Para que os quitutes cheguem em casa em bom estado, seja depois de viagens curtas ou longas, nacionais ou internacionais, algumas dicas podem ser valiosas. Confira como fazer para os itens do seu estoque de delícias de férias fiquem sãos e salvos até o destino final.

Pastas são líquidosÉ isso mesmo. Qualquer item de consistência pastosa, como temperos (tais como mostardas em bisnaga), potes de creme de avelã e mesmo queijos entram na regra dos líquidos permitidos na cabine do avião. Então, qualquer coisa com mais de 100 ml é proibida a bordo e deve ser despachada com as malas que vão no porão. Se a viagem for longa e cheia de voos internos, leve isso em consideração na hora das compras. Prefira deixar para a última etapa, se possível.

Na hora do café

Aquele café diferente pode ser trazido do exterior já torrado, seja em grãos ou moído. Grãos verdes vindos de outros países não são permitidos. Prefira trazer o pacote na sua bagagem de mão. “O ambiente de carga é gelado. Embora isso por si só não estrague o produto, recomendo, por segurança, trazer na mala de mão”, explica o especialista em café Ensei Neto.

Vácuo é vida

A melhor maneira de transportar queijos e embutidos é embalá-los a vácuo. “Isso preserva melhor as propriedades originais do produto, inclusive para os que precisam de refrigeração – pois sem o ar, a ação de microorganismos fica reduzida e eles aguentarão mais tempo fora da geladeira”, diz o especialista em queijos Bruno Cabral, da Mestre Queijeiro.

Muitos vendedores de mercados e feiras no Brasil e no exterior possuem máquina de embalar a vácuo – é só pedir para que embrulhem seus queijos e embutidos para viagem longa. Especificamente sobre queijos, Bruno conta que os tipos mais duros e curados sofrem menos durante o trajeto, mas os de massa mole podem ser trazidos também sem problemas.

Arsenal de utilidades

Para um guloso de carteirinha, nunca é demais incluir já na ida alguns itens extras na mala para proteger as futuras compras. Por exemplo, plástico bolha é útil para embalar garrafas e vidros em geral. Sacos de fecho do tipo zip protegem suas roupas e outros itens de vazamentos – que podem ocorrer devido às mudanças de pressão em voos ou ao deslocamento em viagens de carro e ônibus. Eles também ajudam a evitar a transferência de odores, tanto da comida para as roupas quanto de cosméticos e afins para a comida.

Invista na bolsa térmica

Bolsas térmicas têm função dupla: além manter os alimentos por mais tempo em uma determinada temperatura, ainda são quase uma casinha acolchoada para tudo. Embrulhar os itens com uma camada de filme plástico e outra de fita adesiva resistente também ajuda muito a manter tudo até intacto. Dica extra: deixe a bolsa térmica dentro da geladeira ou frigobar na noite anterior à viagem e só coloque os alimentos na mala antes de sair.

Para pequenos trajetos, vale também usar gelos em gel para manter a temperatura por mais tempo. Atenção especial aos temperos: embale diversas vezes para evitar que o saquinho ou vidro estoure e você tenha para quase todo o sempre uma blusa que cheire a curry indiano.

Isopor extra

Em vários mercados do Brasil, lojas e barracas de alimentos oferecem a opção de embalar as compras em um isopor para despachar corretamente no avião ou ônibus. Na maioria das viagens internacionais, é permitido embarcar dois volumes e um deles pode ser uma caixa com todos os quitutes bem acomodados e embalados, sem que seja preciso disputar espaço na mala com roupas, sapatos e outros itens. Viaje com uma mala só e aproveite esse volume extra para abastecer a despensa e a geladeira de férias comestíveis.

Peixe na bagagem

Para transportar peixes depois daquela pescaria linda no Pantanal ou da compra nos mercados de Manaus ou Belém, é preciso garantir que eles estejam bem congelados. “Eu já compro congelado. Aí coloco no isopor com bastante gelo, fecho bem a caixa com fitas adesivas e despacho no avião”, conta a chef Letícia Massula, que acabou de encher o freezer com o que trouxe de uma viagem a Manaus.

Se o trajeto for feito de carro, a recomendação é parar no meio do caminho para renovar o gelo derretido. Para viagens internacionais, o transporte de peixes é permitido apenas se o produto for salgado, seco ou defumado (como é o caso do bacalhau). Se for um transporte de curtas distâncias, o chef Checho Gonzales recomenda embalar a vácuo e deixar em um cooler com gelo.

Fonte: Comidas e Bebidas Uol