No próximo dia 22, o chef Cauê Tessuto vai fazer uma festa aberta ao público para servir as últimas refeições do restaurante d’A Peixaria, em Moema, e cerrar as portas do imóvel quatro anos após a sua abertura. Mas isso é só para ter tempo de botar de pé suas novas empreitadas – e o restaurante deverá reabrir até o fim do ano na zona oeste, provavelmente com outro nome.

A principal novidade é o serviço Pescado Já, que ele deve estrear na primeira quinzena de junho – uma assinatura de peixes da época (e, claro, frescos) com entrega em domicílio inicialmente apenas na zona oeste, mas que deve ser expandida para outras regiões da cidade dentro de um ou dois meses.

Por meio de uma conta no Facebook (ainda não divulgada), o cliente escolhe quantas vezes por semana quer receber peixes (sem poder escolher o tipo) e diz para quantas pessoas vai prepará-los. Depois, recebe os filés já cortados dentro de bolsa térmica com manual de preparo. Paga tudo em um boleto mensal. Segundo Cauê, peixe para uma refeição de duas pessoas não deverá passar de R$ 30 (embutido o frete) – e o valor cairá à proporção que a frequência de pedidos aumentar.

“A ideia é popularizar o consumo de peixe fresco a bom preço”, afirma ele, que atualmente desce duas ou três vezes por semana ao litoral. “Quero começar com pescadinha branca, pescada salteira, tainha marisqueira, tudo peixe de época, numa linha mais dia a dia. Não queremos complicar, queremos incentivar o consumo.”

Esses peixes virão do projeto Lagamar, que Cauê criou no fim de 2014 para estreitar laços com pescadores e poder oferecer produtos de maior qualidade com remuneração justa para a primeira ponta de toda essa cadeia – o próprio pescador. É com o Lagamar que ele atende e continuará atendendo restaurantes como Varanda, Maní, Chef Vivi e Tête-à-Tête.

Para a logística do Pescado Já e do Lagamar, Cauê busca um imóvel nas proximidades da Vila Madalena, onde deverá ser criado o “galpão do peixe”, com venda ao consumidor final, como já acontecia em Moema.

Depois, até o fim do ano, ele deverá reabrir com um sócio o restaurante – talvez com outro nome, já que existe um bar homônimo na cidade. Enquanto a rotina incessante da cozinha não chega, ele ganha mais tempo para se dedicar às viagens em busca de pescados, que devem sair do limite do litoral sul de São Paulo e chegar até o Espírito Santo.

“Estou começando a ir ao litoral norte de São Paulo, Toque-Toque, Paúba, Ilhabela. Quem me apresentou ao pessoal de Toque-Toque foi Ivan (Ralston, chef do Tuju). Ali, como é rota de passagem, tem muita coisa nas águas: olho-de-boi, sororoca, cavala, garoupa, pirajica, vento leste.”

Com a Pescado Já, e longe de robalos e salmões, Cauê vai poder passar para a clientela o conhecimento que acumulou sobre as espécies – tem peixe com mais colágeno, outro de pedra que come marisco, uns mais adocicados. “Os peixes não são iguais. Mas a graça está aí, em se aventurar em novos sabores.”

Serviço

A Peixaria

  1. Canário, 745, Moema, 5051-0575. 19h/22h30 (sáb., 12h/17h e 20h/22h30; dom., 12h/17h; fecha seg. e ter.).

Festa de encerramento: dia 22/5, 13h/17h, cerca de R$ 90 (cervejada com peixe em tapas).

Fonte: Paladar