O brasileiro Maycon Melo, de 29 anos, está lançando uma máquina de expresso diferente. Chamada de Aram, ela não necessita de energia elétrica para funcionar. Em vez de eletricidade, os usuários devem girar uma manivela para criar a pressão necessária para fazer o café.

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Melo é mineiro, mas se mudou para Curitiba para fazer faculdade de design de produtos. Durante a graduação, chegou a criar uma linha de utensílios artesanais para café. No entanto, ele não prosseguiu com a ideia após se formar, em 2011. Preferiu criar uma linha de óculos escuros de madeira feitos à mão.

A empresa de óculos de Melo chamava exatamente Aram, que significa “luz do Sol” em tupi-guarani. No entanto, após quatro anos, o empreendedor decidiu interromper o projeto. “A concorrência vendia produtos ditos artesanais, mas que eram industrializados e custavam mais barato. Estava difícil competir e resolvi pensar em outra coisa.”

No fim de 2015, decidiu voltar a pensar em uma novidade para o mercado do café. A princípio, desenvolveu um projeto de uma máquina de expresso artesanal, mas movida a energia. “Uma cafeteira elétrica dá mais trabalho e necessita de um selo do Inmetro para ser vendida. É uma certidão muito cara”, afirma Melo.

Depois disso, Melo pensou no modelo atual, com uma manivela e que necessita de água quente para fazer o café. Ou não. “Na verdade, a manivela tem força suficiente para fazer o expresso com água morna ou fria. Isso dá aos nossos clientes a chance de experimentar diferentes combinações da bebida”, diz.

Na hora de batizar a máquina, usou o mesmo nome da marca de óculos. “Aram para mim simboliza um estilo de vida, que tanto os óculos quanto o novo produto compartilham”, diz Melo, que inclusive é chamado de Aram por onde anda.

Toda a matéria-prima da cafeteira é produzida por empreendedores de Curitiba. Por fim, tudo é montado no ateliê de Melo na capital paranaense. “A produção é realmente artesanal.”

De acordo com o mineiro, a manivela pode criar uma pressão de 9 bar, bastante semelhante às máquinas de expresso profissionais, sem que os clientes façam força. O café utilizado na máquina deve ser em pó e próprio para expressos, normalmente encontrado em supermercados e lojas especializadas.

Melo diz que, apesar de a ideia ser boa, ele não tinha muito dinheiro para transformar o projeto em realidade. Por isso, lançou, no mês passado, uma campanha de crowdfunding na plataforma brasileira Catarse.

A meta inicial de arrecadação era de R$ 35 mil. No entanto, a campanha já arrecadou R$ 176 mil, cinco vezes além do objetivo inicial. “Batemos a primeira meta em 48 horas. Foi uma surpresa inimaginável e uma validação importante do nosso negócio”, afirma Melo. A arrecadação continua até 17 de novembro.

No crowdfunding da Aram, quem contribuísse com pelo menos R$ 679 garantia uma cafeteira de presente e com desconto. São esses doadores que receberão, entre dezembro deste ano e fevereiro de 2017, as primeiras máquinas.

Melo ainda não decidiu como vai vender as cafeteiras após a campanha. “Estamos vendo se vamos revender as máquinas ou fazer venda direta”, diz. Segundo ele, a escolha interferirá no preço final da Aram. “No primeiro caso, atingiríamos mais gente, mas o preço seria de cerca de R$ 1,6 mil. Na venda direta, ficaria por mais ou menos R$ 1 mil. Vamos decidir que caminho seguir em breve.”

Fonte: PEGN